Tendo como palco uma rua nobre da cidade do Porto, este edifício faz parte do Conjunto arquitectónico da Rua Álvares Cabral.
A sua construção remonta à data de 1900, contudo, devido ao seu abandono ao longo de vários anos, as acções de vandalismo, eram visíveis. A fachada principal do edifício apresentava graffitis e vidros partidos, no seu interior, a presença de pombos e ratos (no desvão da cobertura e ao extradorso dos tectos), fomentou aglomeração de resíduos sobre os fasquiados, que potenciou a retenção de humidade e o apodrecimento de diversos elementos construtivos.
Neste período, os edifícios eram caracterizados por uma ornamentação cuidada, que conjugada com as suas fachadas e amplos vãos envidraçados, conferiam uma maior claridade à habitação, transmitindo a ideia de luxo e da moda. Embora o edifício estivesse em abandono, era presente parte do legado da riqueza característica própria da época, refletida pela caixilharia ornamentada e vestígios dos estuques ornamentais.
Com um programa bem definido, o objectivo era restituir a dignidade do edifício, integrando o projecto, num espaço palco de um cenário de história.
O edifício foi submetido a um meticuloso processo de recuperação e restauro, tendo sido toda a sua traça original preservada, passando pela reposição de estruturas ornamentais ausentes, bem como os elementos decorativos e arquitectónicos que compõem o interior e o exterior do edifício.