“Integra uma geração de jovens talentos da arquitectura e criação de espaços. Traça desejos, sensações, perturba e provoca as pessoas num estilo que ele próprio designa de rebelde. Mais do que um rótulo, José Lacerda Saldanha tem uma assinatura, um traço que o distingue.
Como se movimenta entre a Arquitectura e a Decoração?
A arquitectura é paixão, a decoração é um sonho. Eu acho que não se podem dissociar uma da outra. Eu não vou chamar decoração porque eu não faço decoração. É criação de espaços. Nós podemos criar espaços tanto exteriores como interiores e isso é o que nos envolve.
Por que é que há uma espécie de aversão ao lado mais criativo ou conceptual de um trabalho?
Tem a ver com alguns estigmas da nossa sociedade. Se nós criarmos algo que foge de uma rotina ou de uma normalidade é sempre foco de críticas (…).
Qual a importância das exposições para o seu trabalho?
Permitem-me dar azo à liberdade, são laboratórios do nosso imaginário em que podemos fazer, criar, jogar e juntar materiais que se calhar numa rotina normal de trabalho não conseguiríamos fazer.
Qual o conceito por detrás da exposição CasaPorto que decorreu em Novembro?
Pediram para criar um restaurante com uma componente de bar e à última da hora para alongar o âmbito da exposição até às casas de banho públicas. A partir daí fiquei com um piso de 600m2. Assusta pela área uma vez que, devido às dimensões, tem sempre encargos muito elevados e as parcerias são sempre difíceis. O conceito foi “provocar”, tornar as pessoas parte integrante do espaço e tentar que elas o vivam(…).”