A rua do Freixo encerra uma história associada ao processo de industrialização da cidade. Actualmente, as marcas arquitectónicas desse passado estão dispersas pelas vertentes deste eixo viário, merecendo destaque, pela sua volumetria, a fábrica de Mário Navega e que virá a tornar-se numa das mais marcantes ruínas fabris do nosso século.
Fundada por J. Minchin Junior (um inglês de ascendência italiana), a Fábrica de Louça de Ferro Esmaltada nasce nos primeiros anos do século XX, nos terrenos junto ao rio Torto, na rua do Freixo, freguesia de Campanhã. No final dos anos 20, Mário Navega entra como sócio, assumindo, doravante um marcante protagonismo nos destinos da empresa. Fruto do seu investimento, a unidade muda as suas instalações para o quarteirão compreendido entre a rua do Freixo (nº 1448, 1454 a 1462) e a Travessa Arco de Noêda, numa área superior a 6.576 m2.
Conhecida pela louça esmaltada que produzia: tachos, saleiros, travessas, cafeteiras, banheiras… tornou-se uma emblemática empresa do sector empregando mais de 400 trabalhadores, distribuídos pelas oficinas de esmaltagem, funilaria, serralharia, estampagem, sector de vendas, etc…
Nos anos 80, a fábrica encerra. Hoje, a sua memória, será perpectuada pelas histórias narradas, pelos vestígios recolhidos e pelo extensivo levantamento fotográfico. Na tentativa de preservar a “memória”, a chaminé da fábrica é mantida, afirmando-se como um dos elementos que materializam a história do lugar, servindo de palco para as gerações futuras…
O Freixo, na freguesia de Campanhã, é um território onde hoje se perspectiva a mudança e se lançam as sementes para se projectar um novo conceito de urbe: uma esperada requalificação de usos e lugares.
